How I Met the Architecture

Crianças, eu vou lhes contar uma incrível história. A história de como eu conheci a arquitetura…

Sem Título-2

Achem bobo ou não, inspirei-me no meu seriado favorito pra contar a vocês como eu conheci o amor da minha vida, a arquitetura. Foi numa tarde de inverno de 1996, meus pais resolveram visitar um tio que morava no centro de Porto Alegre. Habituada a casas térreas na cidade simples onde moro, não fazia ideia do que estava a caminho. Como sempre, estava eu distraída com as diversas imagens que passavam em frente aos meus olhos. Enfim, havíamos chegado. Na altura dos meus olhos estavam as pernas das pessoas que passavam por mim. Foram necessários apenas alguns segundos, naquelas calçadas movimentadas, para que eu olhasse para cima. E foi aí que percebi o quão pequena eu era.

O mundo normalmente já era um coisa grande, mas aquilo era muito maior, e crianças tem a facilidade de se impressionar com o novo. Meu primeiro questionamento foi “quem havia feito tudo aquilo?” (quando eu era pequena, tinha a mania de sempre querer saber muitos porquês) Eu não sabia, mas ali crescia um sentimento, que por muitos anos ficaria incompreendido até estar madura o suficiente para perceber.

 

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Rua Uruguai esquina com a Rua 7 de Setembro, centro de Porto Alegre.

Enquanto percorria o caminho de volta para casa, minha mente processava todos aqueles prédios em meio aquele céu azul. Chegando em casa, juntei todos os materiais necessários para iniciar a obra,meus LEGOS! A cidade ia tomando forma. Bloco por bloco, surgiam os arranha céus. Entre eles, alguns carrinhos que vinham nas surpresas de um KinderOvo, reforçando a imagem urbana que havia ficado gravada para sempre. Esse foi o “primeiro” contato com uma maquete, algo que começaria como um vicio e hoje é quase um pesadelo ( a gente fica mais velho e menos paciente, acontece!). Lembro como se fosse hoje, meu pai fazendo a seguinte observação “Essa guria vai ser arquiteta, olha o que ela fez! Recriou o centro de Porto Alegre.”. Mal, sabia ele que estava completamente certo.

Com o passar dos anos, o interesse só aumentou. Era inevitável a conexão com a arquitetura. Embora algumas dúvida tenham surgido no decorrer, no fundo algo fala mais falto ao ver uma arquitetura bem feita. Ainda hoje é possível sentir o mesmo ao percorrer as ruas de Porto Alegre olhando para cima. Isso explica a mania de associar fatos aos locais, e tratá-los de forma nostálgica e apreciativa. Para ser construtor não é necessário nada além de tijolos e cimento, para ser arquiteto, acima de tudo é necessário ter a intenção de causar um sentimento especifico com cada construção.

E assim crianças, foi como eu conheci a Arquitetura.

 

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